sábado, 10 de julho de 2010

Mania de Explicação

é quando você se deixa levar pelas páginas de um livro


Geralmente as crianças gostam de perguntar o porquê das coisas, mas a personagem de Mania de Explicação (Salamandra, 2001), de Adriana Falcão, utiliza sua inocência e imaginação para explicar o significado das palavras a sua maneira. A autora é teatróloga e roteirista de programas de comédia da TV Globo como A Grande Família (2001) e O Auto da Compadecida (1999).

Quem poderia imaginar que a experiência de Adriana Falcão com humor para adultos pudesse contribuir para a publicação do seu primeiro livro infantil? Aliás, nesse caso, esse gênero se perde no senso comum de que é um tipo de livro só para crianças. A obra prova que não é preciso um estudo pedagógico para escrever para os pequenos. Aliás, a narrativa é adulta o bastante para fazer os mais grandinhos refletirem também.

Mais do que um dicionário poético, há no livro um sentido aberto para cada uma das frases apresentadas, que depende da visão de cada um. Ansiedade, Raiva, Culpa, Perdão, Vontade, Tristeza... Coisas simples, que todo mundo já conhece (mas que muitas vezes são difíceis de concretizá-las em uma frase) escapam da explicação formal, rígida e superficial, deixando de ser sentimentos abstratos para se tornarem poesia. Afinal, como se poderia explicar para um ser tão descompromissado com o mundo adulto o que são essas palavras, senão induzindo à imaginação?

Com a pureza da infância a menina explica, por exemplo, que “preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento”, de uma forma tão profunda, como só uma criança é capaz de enxergar.

Justamente porque não se pode limitar a imaginação de quem lê, essa liberdade de pensamento faz com que as explicações da personagem causem melhor resultado se foram sentidas ou criadas pela mente, do que realmente explicadas com todas as letras do alfabeto.

As 45 páginas foram ilustradas por Mariana Massarani, mas podem ser confundidas com telas pintadas a mão com a tinta ainda fresca. Essa naturalidade nos traços é uma característica da desenhista e, além disso, as figuras não seguem a risca o que é indicado no texto, deixando a interpretação de quem ler ir além do óbvio.

Essa união de imagem e texto envolvente é um convite para esquecer os conceitos pré-definidos dos sentimentos do mundo e se deixar levar pela leveza que foi esquecida ainda na infância. Porém, uma das palavras se destaca das demais por sua complexidade: o amor.

Só para este sentimento há inúmeras alternativas de explicação e a menina da Adriana Falcão deixa esta dúvida tão difícil para o final, justamente porque é preciso passar por tantas outras frustrações e sofrimentos antes de entendê-lo.


FALCÃO, Adriana. Mania de explicação. São Paulo: Salamandra, 2001.

A resenha também foi publicada no blog da Prolij. Confira!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O presente mais importante

Sem criatividade por hoje. Estou meio sentimental, logo não posso me concentrar. Vamos aos rascunhos antigos que tenho por aqui guardados na gaveta(isso é muito mais romântico que dizer que meus textos ficam mesmo é na pasta Meus documentos).

...


- Feche os olhos.

Então ele a guiou até a porta.

- Já pode abrir. Apenas um sorriso foi a resposta dela.
- Já deram-lhe presente mais bonito? Devo pedir desculpas, não tenho direito sobre ela, mas...
- Nem seria justo.
- Mas você não parece contente, tem certeza que gostou?
- Tenho. Só vou ficar triste quando acordar e perceber que o meu presente se foi.

Então ela fez questão de esperar pela lua todas as noites e não adormecer nunca mais.

terça-feira, 6 de julho de 2010

5 sinais que indicam que seu emprego é uma bosta

Obs: esse post não tem nada de científico - é puro achismo experimental.

- Você trabalha mais e ganha menos que seu “superior” (isso não inclui o chefe que te paga que tem certo direito de ficar coçando enquanto você se ferra);

- Você percebe aquele clima tenso entre os outros funcionários quando você lê uma notícia da sessão “bizarra” de algum site;

- Ninguém no seu trabalho usa o orkut, facebook, youtube, twitter e outros mecanismos fundamentais para o tédio cotidiano;

- A escravidão é vista como única forma de sucesso. Não incentivam sua vida pessoal, desenvolvimento intelectual, sua vontade de se especializar, estudar, fazer cursos... Logo, você deve trabalhar em período integral e é isso que importa.

- Quando termina o expediente você dá um suspiro de alívio e percebe que aquele dia não acrescentou em nada na sua vida;

Boas notícias

Sobrevivi aos contratempos da última semana. E não é que meu post sobre "ser metida" deu certo? Vou começar a trabalhar em um jornal amanhã a tarde. Só um detalhe: registrada como jornalista (oooooooh é um milagre!).

Jornal diário é aquela adrenalina. Nunca me esqueço da primeira vez que comecei em uma redação, aquilo tudo era tão mágico pra mim. Claro que depois eu caí na real e vi que não era tão maravilhoso quanto eu imaginava (em breve vocês vão ler meus desabafos aqui).

Agora, com minha graduação vou poder mostrar ao mundo tudo o que sei fazer (nem tudo, vamos com calma). E sabe o que melhor? Não vou precisar me matar pra fazer a prova do Tribunal de Justiça (não que eu realmente achasse que passaria nesse concurso) para poder bancar minha pós-graduação e futilidades a parte. Mas enfim, vou poder fazer o que eu amo, continuar com meus projetos paralelos e ser feliz.

Na realidade eu tô enrolando porque eu perdi o texto que ia publicar aqui. Mas isso é o de menos. Volto com algo mais legal. Eu ia dizer útil, mas seria injusto com vocês. Todo mundo precisa de um pouquinho de conversa sem sentido.