
Era inverno. A festa era de noite e se estenderia por toda a madrugada. As duas garotas deveriam ter em torno dos 17 anos na carteira de identidade, mas quando escolheram a roupa tinham mais. Muito mais. Chegaram causando torcicolos e olhares para a parte traseira de seu corpo. Não escondiam pernas e coxas e pareciam não se importar se algo mais aparecesse.
Encontrei-as no banheiro. Enquanto uma ajeitava o cabelo, a outra subiu em um suporte para ficar com o corpo inteiro visível no espelho e olhar seu modelito. Ajeitava a saia para que ficasse estupidamente no limite da censura, nem menos (e nem mais, é claro).
O que elas queriam daquela noite? Nunca saberei, jamais tinha as visto antes. Nunca perguntaria. Mas dali a pouco um homem passou a mão justamente onde elas tentavam a todo custo fingir que queriam esconder com o pouco pano.
- Seu idiota! Não tem respeito por uma mulher? – se indignou a vítima.
Ele não entendeu.
Mas então por quê mostrar do produto a sua frente e de graça? Penso que foi justamente isso que ele deve ter se perguntado, já que ninguém lhe disse que era só para olhar. Não havia ao menos um aviso!
E sobre respeitar uma mulher? Ele certamente não sabia.
Nem ela.
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