quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Massagem nada empolgante

Não se pode mais passear tranquilamente pelo shopping de Balneário Camboriú sem ser abordado por um vendedor empolgado no melhor estilo Polishop. A geringonça da vez era uma máquina de massagem que curiosamente você mesmo pode passar em seu corpo! Colega, de onde eu venho isso tem outro nome. Mas como sou metida eu aceitei a proposta do vendedor de ser cobaia do negócio.

O homem me colocou sentada na cadeia de tortura. Aí ele perguntou se eu sentia alguma dor. Pra quê tocar nesse assunto? Prontamente já apresentei minha personal fisio Ana Paula, que também tinha sido pega de surpresa. Expliquei que tinha escoliose, retificação cervical, preguicite aguda, dor no cérebro, amor platônico, cartão de crédito no limite. Já busquei tratamento, fiz RPG, pilates, acupuntura, hidroginástica, sessão descarrego, sexo tântrico ... Enquanto isso ele se gabava do aparelho milagroso que melhorava a circulação, diminuia o stress, trazia seu amor de volta em três dias e o mais duvidoso: tirava a celulite. “Não que você precise”, ele disse.

Como eu sou educada eu falei obrigada, mas como também sou realista não pude deixar de acrescentar: “eu sei que eu preciso”. Ah! Odeio vendedores que ficam querendo me iludir. Quantas vezes eu entro na loja e perguntam; é 38 pra ti, né? Vontade de dizer: minha filha, se eu usasse 38 eu não estaria com essa cara abatida de quem está fazendo abstinência de Big Mac!

"Você precisa liberar essa ansiedade", disse ele com a voz afeminada caracterizando todo o seu jeito de ser, mas se esforçando para dar uma de macho e me convencer. Desista baby, não é você que vai curar minha ansiedade.

Ele definitivamente não estava me levando a sério. Quando eu disse que era jornalista ele aumentou a potência do negócio. Vingança, na certa. Todo cara metido a alegre e simpático sempre quis ser jornalista pra trabalhar no TV Fama e ir nas festas de graça.

Eu já estava quase gritando quando ele parou de perfurar minhas costas com aquele treco disfarçado de massageador e quis testar em outras partes do meu corpo (calma gente, este é um blog familiar). Foi a vez da panturrilha. Eu fiquei imaginando o quão broxante pode ser oferecer uma massagem na panturrilha, quando de repente tive a minha natural crise de cócegas, onde um dos sintomas é moleza no corpo e risos involuntários que me impedem de reagir ao inimigo.

E como nada nesse mundo que tenha graça é fácil, ele perguntou se eu gostaria de levar um desse pra casa. Aham Cláudia, senta lá. Meus olhos não brilharam. Eu não pensei em como pude viver todo esse tempo sem um desses. Além do que eu não queria gastar “só” trezentos reais naquilo. Não sei se ele não entendeu bem a parte de que eu sou jornalista = não tenho dinheiro, mas eu usei a velha desculpa: “vou ver com a minha mãe”. Às vezes eu me pergunto até quando poderei usar essa desculpa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário